quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Crítica à crítica "Eles não vivem", de Luís Miguel Oliveira


A crítica em questão encontra-se neste link. Tem spoilers sobre o filme (já falo disso). Leiam por vossa conta e risco.

Não esperem aqui uma defesa de The Dark Knight Rises como sendo "o segundo melhor filme alguma vez feito", se contarmos The Dark Knight como sendo "o melhor filme alguma vez feito". Não vi o novo, e o anterior vi aos bochechos. Tal como o Batman Begins. Tenho de os ver aos três.

Opiniões são como os cus: cada um tem a sua. O problema aqui não é a opinião de LMO, são três aspectos:
 - Uma gralha que ele tenta passar por irrelevante (e que, inclusivamente, tinha apagado do texto online);
 - A forma como escreve, essencialmente de uma forma agressiva;
 - Spoiler.

A primeira é um erro enorme da internet. Quando está na internet, já está. Pessoas viram, pessoas leram, pessoas gozam. Por mais que se apague algo, vai ficar sempre o registo.

Quanto à segunda, são formas de escrever, embora me dê um trabalho enorme ao ler este texto para me acalmar. Parece que alguém queria ser realizador quando era pequeno mas a escola de cinema não o aceitou por uma décima.

A terceira... ABSOLUTAMENTE IMPERDOÁVEL. Nunca, NUNCA, numa crítica de um filme, se devem colocar spoilers sobre o mesmo, particularmente um spoiler sobre uma reviravolta (previsível ou não). A forma de escrita agressiva misturada com isto faz-me dizer "este gajo é parvo!".

Mais uma vez, o meu problema não é com a nota, nem com aquilo que ele acha do filme: É com a crítica em si. Não são as expressões intelectuais como "zelo" (ok, não é muito) ou "fastidiosos" (mas esta é!) que fazem de uma crítica uma boa crítica. Descascar nos filmes é bom (eu fiz isso com John Carter e com o Episódio I de Star Wars), é terapêutico. Mas daí a ser agressivo para com todos os outros filmes de um realizador, é outra história (lá porque eu ache John Carter uma perda de tempo, não quer dizer que não goste ou deixe de gostar de Wall-E ou do Nemo).

O meu problema é com aqueles três aspectos. A falta de reconhecimento da gralha (e, horas depois, a correcção, mais uma vez num tom bélico*), a agressividade e, especialmente, o spoiler. Que é completamente desnecessário ali. Coisas assim não se dizem. Lá porque não gostou do filme, não tem de o estragar para quem o quer ver.

Vou ser simpático e não vou classificar isto com estrelas.

*Raios, já começo a sofrer disto.

2 comentários:

  1. Antero Eduardo Monteiro2 de agosto de 2012 às 14:46

    Bem, eu cá acho que incluir spoilers numa crítica tem a sua validade se for para discutir pontos importantes sobre a obra em questão. Claro que convém avisar sempre o leitor e, se possível, isolar essa porção do texto (na minha crítica ao novo Batman fiz um parágrafo só com spoilers que achei problemáticos no filme).


    De resto, concordo com o que escreveste; Luís Miguel Oliveira faz aquilo que eu chamo de "bullying crítico": ele pode não respeitar o filme, mas vai mais além e acaba por desrespeitar o próprio leitor que se interessa pela sua opinião. Desprezo por filmes que não gostamos é o pão nosso de cada dia (os meus ódios de estimação chamam-se Michael Bay e Adam Sandler), mas nunca, em momento algum, se deve estragar a experiência (boa ou má) daqueles que irão ver o filme futuramente com informações importantes atiradas sem aviso e à bruta.

    * "fastidiosos" não é expressão intelectual. :P

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  2. Isso só mostra que existem pessoas que, resumindo e generalizando, não sabem bem bem o que estão a fazer. Não têm consciência das responsabilidades e deveres que determinadas práticas acarretam. E, se porventura têm consciência, é caso para dizer... "este gajo é parvo!" - e triste. Acrescento.
    Ora... spoilers numa crítica de um profissional... é mau. Bastante. Se queria incluir spoilers, redigisse um ensaio crítico.
    É a infelicidade que existe pelo mundo: não olham ao que fazem.

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